Sobre o Memorial
Fortalecer as raízes e para vivenciar os frutos
Um povo que não sente e não vivencia os frutos de suas próprias raízes, não encontra sentido de vida, uma vez que o futuro é o resultado do passado, e esse passado por sua vez, não deve ser cultuado como mera recordação e sim ser usado para o crescimento no presente, vislumbrando sempre o futuro. Nós não precisamos seguir presos às amarras do conservadorismo, ou enclausurados no passado. Mas precisamos ser legítimos, e só as raízes nos dão legitimidade.

Nossa História
O Projeto Vozes e Memórias do Sertão tem início em 2015, como resultado das pesquisas vinculadas ao Centro Universitário AGES, realizadas pela historiadora Ana Maria Ferreira de Oliveira, que evidenciaram a necessidades de espaços de salvaguarda da memória, ao Patrimônio Cultural, bem como de propostas de Educação Patrimonial no município de Paripiranga, na Bahia. Como uma tentativa de suprir essa necessidade, foi criado o LEPH, Laboratório de Ensino e Pesquisa em História, como uma proposta de pesquisa e extensão, encaminhada ao NCF (Núcleo Curricular Flexível) do UniAGES, um trabalho de História Oral e mediação cultural a partir da imersão nas comunidades, realização de ciclos de oficinas, rodas de conversa, seminários e cafés históricos; ações que tinham por objetivo a promover fortalecer a educação patrimonial, a documentação de memórias e construção de acervo de História Local e Regional.
Em 2023, enquanto mestranda em Arte e Mediação Cultural da Escola Superior de Arte Célia Helena, em parceria com o Itaú Cultural, Como devir ancestral, Ana Maria Ferreira desenvolve o Projeto Vozes e Memórias do Sertão: Saberes Ancestrais como Patrimônio Cultural Imaterial Vivo, em Paripiranga/BA, a partir da inventariação participativa do Patrimônio Cultural Imaterial do município. Consubstancia-se em um processo de mediação cultural construído a partir do olhar sensível para a censura histórico-cultural das nossas genealogias raciais verificadas na cidade de Paripiranga, no Sertão da Bahia. A proposta de pesquisa decorreu de uma pulsão ética provocada por uma dor que habita na ausência. A memória dos ancestrais, ocultada por mais de um século, em decorrência do processo de ocupação da terra pelos colonos.
O processo de inventariação participativa desenvolvido mediante realização de Rodas de Conversas, Oficinas de Inventariação e Intercâmbios Culturais, contribuíram para o desenvolvimento de mecanismos de investigação, análise, registro e vivência sociocultural dos passos de uma história de apagamentos e de negações sobre sua origem ancestral indígenas de Paripiranga. A aplicação do método da História Oral que registram as vivências de sujeitos histórico sociais que salientaram em suas narrativas, aspectos coletivos e solidários que permitiram a ressignificação e reforço de suas memórias, valores e cultura.
Um dos principais objetivos da pesquisa realizada oportunizar um olhar crítico e sensível sobre as histórias e culturas das populações da zona rural do município, identificando elementos que comprovem sua relação com os saberes e fazeres herdados de seus antepassados indígenas. As discussões sobre identidade têm ocupado espaço cada vez maior na agenda contemporânea dos mais diversos movimentos sociais, como estratégia política de militância para o enfrentamento da ancilose social e cultural pouco afeita à alteridade.
A Inventariação Participativa atua não somente como uma ferramenta de registro e preservação, ganha relevância na perspectiva de que o processo de inventariamento, além de salvaguardar as características culturais, pode a longo prazo servir como um mecanismo de transmissão do saber-fazer, das histórias, memórias, de modo geral, da identidade cultural das comunidades. É justamente nesse aspecto, o da transmissão, que se concentra uma das principais problemáticas a respeito da manutenção da identidade cultural; e, nessa perspectiva que o trabalho de inventariação transforma o Vozes e Memórias do Sertão em um Memorial Digital do Patrimônio Cultural imaterial Vivo no território, um espaço virtual de preservação do patrimônio cultural com o objetivo de resgatar as histórias, tradições saberes e fazeres tradicionais, valorizando a identidade e a memória da nossa gente sertaneja.
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